Nesta quarta-feira, 22, o vice-prefeito José Vicente Buscarini concedeu uma entrevista à imprensa no Espaço Vivaz para dar a sua versão sobre os fatos narrados pelo prefeito José Aprígio em pronunciamento na última segunda-feira. Buscarini falou por mais de uma hora com a imprensa, se mostrou chateado e indignado e deixou claro que estava “muito à vontade para discutir qualquer situação”.
Questionado sobre a situação da reunião de segunda-feira com os vereadores da base e com o prefeito José Aprígio, Buscarini explicou que recebeu a notícia com indignação e entendeu como “ato covarde”, além de não fazer “este tipo de política”.
“Recebi com muita indignação, como ato covarde do Senhor José Aprígio, O destempero deste cidadão que lamentavelmente vive a sombra hoje, ele está muito preocupado com a questão que ele tem ao poder. Ele está desequilibrado. Ele fez com que outras pessoas participassem e me expos de forma covarde. Não estou acostumado a fazer este tipo de política. Eu nunca fiz e ele tem este hábito de covardia que é uma faceta que eu não conheço e não conhecia”, declarou Buscarini.
Buscarini disse que irá continuar como vice-prefeito e que irá honrar seus compromissos, pois fez campanha eleitoral, foi eleito com voto popular e que compromisso tem que ser honrado.
“Eu sou o vice-prefeito, afinal fui eleito e o meu mandato termina em 31 de dezembro de 2024. Queira o Senhor Aprígio ou não eu sou o vice dele. Dele não, da cidade. Ele vai ter que me respeitar até pela minha experiência e pelo meu caráter que é muito claro e definido. Continuarei sendo vice. Fiz uma campanha eleitoral, fui eleito pelo voto popular e tenho compromisso na rua com os eleitores que acreditaram na nossa proposta. Ele tem que entender que aliança se faz e compromisso tem que ser honrado”, disse o vice-prefeito.
Sobre a época de campanha Buscarini afirmou que naquela época já dizia que era a hora de se separar “o homem dos meninos” e completa dizendo que o homem continua aqui.
“Eu disse na campanha que era hora de separar o homem dos meninos. E o homem continua aqui firme e forte. Eu continuo vice-prefeito e continuo na cidade andando. Vou levar a minha proposta até porque eu ganhei essa eleição junto com ele”, declarou Buscarini.
Sobre parcerias e acordos, ficou bem claro que a interferência do prefeito de Embu das Artes, Ney Santos, para aliar ao prefeito a base de vereadores eleita pela oposição não agradou o vice-prefeito Buscarini já que este tinha condições de “ter aquela conversa” e que os desentendimentos vêm desde a época de campanha.
“O que eu sempre falo e é o contexto da conversa. E aí onde ele fica irritado. Quando você tem parcerias e coloca o nome de mais alguém esse alguém tem que saber o que você está fazendo. É neste contexto. Se tirar qualquer coisa aí fica vago”, declarou Buscarini.
Fazendo uma analogia dos relacionamentos políticos do atual prefeito, segundo Buscarini todos as parcerias politicas viraram seus desafetos/ inimigos políticos e que ele é mais uma vítima e a próxima vítima é o secretario de manutenção, Dr. Eduardo Nóbrega, que também o ajudou a se eleger.
“Eu não converso com o Fernando Fernandes desde 2008. Eu não tenho inimigo político nesta cidade. Eu tenho adversários. O Aprígio me coloca como inimigo. O cara que o ajudou a se eleger. Todas as pessoas que o Sr. Aprígio se relacionou lá atrás ele rompeu. Será que eu sou mais uma das vítimas? Quem será a próxima vítima? Fernando Fernandes [e Aprígio] foram aliados. Hoje o Fernando é o inimigo número um [do Aprígio]. O Sr. Aprígio se aliou com o Lune e hoje o Lune é um desafeto do Aprígio. Se alia ao ex-prefeito do Evilásio e hoje é desafeto do Evilásio. Se aliou ao Moreira que o ajudou a eleger Deputado hoje é desafeto. E agora está rompendo comigo, porque sou o vice dele. A próxima vítima é Eduardo Nóbrega. É a reprise da reprise”, afirmou Buscarini.
Fazendo uma forte afirmação, Buscarini, diz que o atual prefeito precisa se tratar, pois o medo tomou conta de si e o ódio também. Chamou ainda de ato cafajeste o fato de Aprígio colocar os vereadores da base.
“Vou fazer uma colocação dura. O Senhor Aprígio precisa hoje de um psiquiatra. Esta com síndrome do medo, da perseguição. Ele desconfia dele mesmo. Ele mostrou uma faceta de ódio. Ele cultiva ódio. Isso me deixou estarrecido. Esse viés da vingança. Ele olha a política sempre para trás, nem olha no retrovisor. Isso é ruim”, declarou Buscarini.
Buscarini chamou o ato do prefeito Aprígio de chamar os 12 vereadores da base para dizer a sua própria decisão de “ato cafajeste”. Afirmou, ainda, que Aprígio não sabe ser prefeito e que não sabe definir “lê de crê”, além de se posicionar como vítima na situação.
Sobre os funcionários públicos Buscarini declarou que “agora sou guardião dos funcionários públicos. Podem ter certeza que terão um aliado cada vez mais forte”.
“Ele se coloca hoje como vítima. Ele reúne 12 vereadores, pede a presença de minha esposa e simplesmente diz eu resolvi, eu estou maturando isso há 90 dias. Isso é um ato cafajeste. De um homem que não sabe ser prefeito. Ele não sabe definir lê de crê. Ele é um homem frágil. Ele gosta de colocar rotulo nas pessoas”.
Buscarini já tomou medidas jurídicas, pois está com medo de sua integridade física e por sua esposa. Também afirmou que é difícil ser rotulado aos 68 anos de idade por alguém que ele mesmo o ajudou a eleger.
“Já tomei as providencias necessárias. Já está registrado devidamente em um lugar que se eu sofrer qualquer tipo de agressão o caminho é um só. Estou muito preocupado com a minha integridade física. […]. Quando alguém te rotula como inimigo você tem que ficar esperto. E eu lamento que depois dos meus 68 anos alguém na política disse: você é meu inimigo. É duro ouvir de uma pessoa que eu ajudei a eleger. O futuro a Deus pertence”, afirmou Buscarini.
No início da entrevista Buscarini usou de um ditado popular para se referir a ele e ao prefeito: “Pardal não voa com águia”, onde ele seria a águia por alçar voos maiores e o prefeito o pardal por alçar voos menores.
Por Williana Lascaleia, do Espaço Vivaz